terça-feira, 27 de novembro de 2007

the londoner #10

Acordei logo de manhã para ir no centro de recrutamento do Mcdonalds, afinal o ideal é um emprego fixo e regular de meio período para ganhar o pão, e deixar as agências e empregos doidos para ganhar dinheiro. Depois de nos perdermos um pouquinho, eu e Carla chegamos lá. A entrevista foi razoável, mas o cara simplesmente pareceu me detestar, então depois ele disse que eles preferiam não contratar pessoas com bom nível de inglês, porque sabiam que essas pessoas durariam pouco no emprego, mas que qualquer coisa ele me ligaria às cinco.

Claro que eu fiquei puto. Às vezes me sinto num vácuo: nem sou contratado para os empregos melhores por só poder trabalhar meio período, nem sou contratado pelos empregos piores por tem bom currículo.

Sentamos num caffé Nero e eu abri o caderninho da Carla e disse pode ligar, temos que trabalhar hoje na fábrica, ou então vamos ter que abrir mão do catering do fim de semana. Ela já estava rindo antes mesmo de pegar o telefone. Mas muito bem e ligou e meu deus eu não pude me agüentar porque ela estava literalmente lendo o caderno da forma mais artificial do mundo, parecia quase uma retardada, e isso tudo o telefone no vivavoz. Quando ela terminou o texto o Stepan disse que tudo bem poderíamos ir naquele dia mesmo sem problemas e aí eu explodi na hora que ele desligou. Nós tivemos uma crise de riso tão grande que a mulher que estava do lado saí abusada e deixou até o café e o cigarro pela metade. E eu que achei que nem ia mesmo trabalhar naquele dia, fiquei exasperado: Eu estava vestido normal, e como diabos seria essa fábrica?

Resolvemos ir logo, afinal não sabíamos onde era e como o lugar ficava na zona quatro e Carla só tinha oyster (cartão de transporte) válido até a zona 2, teríamos que pegar um ônibus. Ainda bem que eu não iria sozinho para lá, nem queria imaginar esta possibilidade. Vi no metrô qual a última estação da zona 2 que parecia mais próxima de lá, o caso, do estádio de wembley.

Só para chegar na estação, já foi uma andada. Mas foi uma demora tranqüila. Eu até tentei descer uma estação antes e perguntei na rua se tinha como pegar ônibus para o estádio, mas disseram que não. Descemos lá naquela terra desconhecida que parecia muito mais outra cidade e fomos procurar um ponto de ônibus. Os pontos de ônibus aqui são muito informativos e fazem do sistema um tanto fácil de usar. Em cada um deles tem um mapa e a rota que os ônibus que passam por aquele ponto fazem, todos numerados. Então que vimos um café brasileiro, eu que nem havia comido ainda, mas a comida era bem carinha, 6 libras para um bufê tipo coma-o-quanto-puder, mas os pratos lá estavam fracos e a Carla pediu só um suco. Perguntamos do ponto e para lá fomos.

Uma vez no ponto veio o drama que me acompanha sempre que pego um ônibus por aqui: onde descer? Ficamos grudados na janela lendo os nomes de todos os pontos por onde passávamos, mas a verdade é que não tínhamos idéia e o tempo passava e passava e com ele logo veio o desespero. Eis que ao longe eu vejo um teto estranho e modernoso e penso logo: é ali é ali tem que ser ali vamos descer. E descemos, e procuramos o nome da rua para uma vez não encontramos, e eu pego o mapa que estava no bolso para não nos localizarmos e eu pergunto onde estávamos e que rua era aquela e mostro o mapa para dois caras que estavam na porta de uma garagem para eles dizerem que ainda nem estávamos dentro daquele mapa, descemos bem antes do que deveríamos, mas se seguíssemos em frente, chegaríamos lá. Nós que havíamos saído tão cedo e despreocupados com o tempo sentíamos seu cheiro nas nossas nucas, faltava 45 minutos para a hora marcada: 18h45.

Começamos a andar apressadamente cheios de terror, e isso porque não só não estávamos no mapa, como o lugar por onde entraríamos nele era quase oposto ao suposto local da fábrica e o tempo nessas horas faz questão de pegar um avião. Estávamos correndo já quando finalmente entramos no mapa e então decidimos pegar outro ônibus qualquer até chegar mais perto do estádio, mesmo já sabendo que a rua onde estávamos – e por conseguinte os ônibus que passavam por ela – desviavam para o outro lado quando se aproximavam do estádio, pois que tinha uma linha preta estranha e inominada no mapa que fechava a conexão das ruas com o outro lado onde estava a fábrica de forma que uma só rua chegava até lá.

Entramos no ônibus, faltavam quinze minutos. Saímos do ônibus correndo, tínhamos passado do estádio já e precisávamos voltar. Então que vemos o estádio na nossa frente, com toda sua magnificência, e é só assim que tenho visto os pontos turísticos e famosos de Londres, na carreira. Mas tínhamos que chegar do outro lado do estádio, e claro, a rua começou a subir numa ladeira nada simpática e começou a chover no frio sobre nossas cabeças.

Eu já estava correndo desembestado, eu tinha só quinze minutos e não queria fazer feio logo no primeiro dia do primeiro emprego, mas agora já parecia perto e parecia que ia dar certo, que eu iria chegar a tempo. Depois do estádio o nível da rua desanda. Ruas vazias e mal iluminadas, postes queimados e terrenos baldios. Sem dúvida, wembley foi a parte mais feia e sem graça que vimos de Londres, e isto era evidente desde dentro do ônibus. Então que procuramos por VDC, o nome da empresa, e não o vimos. Num desespero de quem começava a se atrasar perguntei a umas mulheres mal humoradas que fumavam na frente do único lugar que parecia ter vida por lá se ali era a VDC ao que recebi um sonoro e ainda mais mal-encarado sim.

Desde a porta tinha uma fila e nos enfiamos nela. Todos pareciam falar checo, ou eslovaco, eu que não sei a diferença. Coloquei logo meu crachá para fora e assinei a entrada, e como não tinha ninguém ali para quem eu pudesse pedir qualquer indicação, simplesmente seguimos o fluxo até uma sala apinhada de gente no segundo andar, onde todos conversavam e riam alto e de forma despreocupada. Todas checos. Ou eslovacos. Checos e eslovacos.

Não sabíamos o que fazer, não encontrávamos supervisores, liguei para o Stepan e ele não atendeu, e quando eu já ia sentar no chão e desistir de me mover até que alguém me encontrasse e me desse alguma instrução eu vejo um latzo do lado de fora daquela break room (sala de descanso) andando com a cara para cima. Eu grito e começo a balançar os braços para cima: latzo latzo ladislav! Ao que ele me olha com um completo olhar de choque e vem correndo para dizer o que diabos vocês estão fazendo aqui. Eu respondo que mudamos nossos dias de novo e era uma longa história mas que precisava que ele encontrasse alguém para nos instruir ou dizer o que fazer pois estávamos perdidos. Ele responde que não tem ninguém nem nada e que a gente só imitasse os outros e ele tinha que correr porque o turno dele tinha acabado e ele não deveria mais estar lá. E ele se foi assim que toda a massa de checoeslovacada começava a se mover e claro que nos enfiamos no meio da coluna de gente que se formava.

Fomos andando pela fábrica, de teto alto e com muitas estantes tipo as do Makro cobertas de caixas e com o chão coberto mais ainda de caixas e caixas, seguindo a fila até que um indiano com seu sotaque devidamente semi-compreensível pergunta: novo? Novo? E Separa eu, Carla e um outro cara para o lados. Éramos os únicos novatos.

Eles então nos leva para uma mesa comprida onde umas 10 pessoas estavam de um lado e doutro colocando as capinhas dos DVDs dentro das caixinhas dos DVDs. E quem estava nesta mesa? E do lado de quem ele me coloca no mesa? Do Jano, me querido fedido lá do quarto. O destino e suas ironias. Ele nos leva lá e diz para uma garota qualquer para nos mostrar o que fazer. Eu pergunto em inglês e ela dá um risinho e balança a cabeça envergonhadamente puxando outra pessoa que pudesse falar inglês. Mas parecia que ninguém podia. Ninguém além do outro novato, que entendo a situação, foi conversar em checo/eslovaco com uma senhora gorda na ponta da mesa, e ela explicou para ele que nós também deveríamos pegar as capinhas e colocar nas caixinhas de forma que a da frente não ficasse em cima do buraco de enfiar o DVD. Mais à frente outros colocavam os DVDs dentro da caixa e as empilhavam. Trabalho de macaco.

Ao menos parecia que poderíamos ficar conversando felizes enquanto fazíamos esse trabalho árduo, e não tivéssemos que ficar de pé tempo inteiro, seria um trabalho quase agradável. O filme era the shawshank redemption, edição de colecionador. Filme que por sinal nunca vi, e coitado, já começou a se tornar irritante para mim sem que eu tivesse mesmo a chance de ver os primeiros cinco minutos. Que bizarro era pensar que pessoas eram pagar para fazer aquilo, e que a demanda era tão grande que a fábrica funcionava sem parar vinte e quatro horas sete dias por semana trezentos e sessenta e cinco/seis dias por ano. Eu nunca mais olharia para DVDs da mesma forma.

Depois de um tempo tudo o que eu queria era que mudassem de filme, eu já não suportava ver a cara do Morgan Freeman. Mas então um dia grita para mim do lado de fora, e manda eu seguir outro indiano. Ao lado desta mesa, tinha pelo menos mais duas, onde outras pessoas faziam a mesma coisa para filmes diferentes. O indiano me conduziu para uma máquina que parecia fazer o mesmo que todas as pessoas na fábrica pareciam estar fazendo, só que automaticamente. Então um cara alto e magro se apresenta para mim como Paul – e eu detesto esse costume desse povo de inventar um nome inglês para usar em vez do nome de verdade, o deste era Pavel – ele me explicou que era o operador da máquina e que meu trabalho era abastecer a máquina com caixa de DVDs vazias – estas daquelas mais fininhas. Aparentemente eu havia sido promovido a assistente de operador de máquina. Claro que todos, incluindo o operador, ganhavam a mesma mixaria.

Na outra extremidade da máquina ficava um outro homem, que tirava os DVDs encapados e encaixados pela máquina e os colocava numa caixa de papelão a ser empilhada e amarrada com papel filme. Mas a máquina não queria parecer cooperar, ao menos não naquela noite. Ficava o tempo inteiro ou puxando duas caixinhas de DVDs de uma vez só, ou enrolando a capinha, ou deixando cair o DVD que segurava. Então que o Pavel passava o tempo todo tendo que abri-la e tirar o pedaço errado, tudo com a ajuda de um monitor móvel que se pendurava na mão dele, tudo muito tecnológico.

Então eu fiquei em pé, segurando as caixinhas de DVDs, esperando a máquina se consertar. Veio um japonês e ficou um tempo lá tentando consertar a máquina dom o Pavel, e no final eles decidiram que as caixinhas que estavam sendo colocadas na máquina, as amareladas, eram o problema, dali em diante eu tinha que colocar só as caixinhas mais brancas. Atrás de mim tinha uma pilha de caixas de papelão cheias de caixinhas de DVDs dentro, e era delas que eu abastecia a máquina.

O trabalho não era pesado, e eu senti como se eu pudesse sim fazer aquilo, especialmente sendo apenas duas vezes por semana, duas vezes estas que já pagariam minhas despesas aqui e ainda sobrava, eu ainda teria os outros dias livres para fazer outras coisas. O Pavel era super simpático, ele era da república checa e ficou tentando conversar comigo sempre que a máquina parava de quebrar. Então que todo mundo começou a se mover enquanto alguém gritava break break! (intervalo) e eu exasperado olho pro Pavel com olhar de posso ir também e ele diz não, não é o nosso ainda, o nosso é depois, e não se preocupe, é sempre melhor ir na segunda leva. Eu baixei a cabeça enquanto Carla ia sozinha para o break dela.

Quando só tinha os DVDs mais brancos, a máquina parou de engasgar e começou a trabalhar à todo vapor. O DVD era um especial duplo de natal de um tal Lee Evans, aparentemente um comediante muito famoso daqui, mas de quem eu já estava criando um nojinho. Eu achava que tinham me tirado da mesa junto da Carla porque nós estávamos conversando mas o Pavel disse que era porque eu falava inglês e eles precisavam de alguém que falava inglês para fazer aquele trabalho tão difícil. Chegou a hora do nosso break.

Esse primeiro break era de 30 minutos e meu deus, eu não tinha comido nada ainda esse dia além de dois pedaços de pão de forma no café da manhã. Lá tinha umas máquinas com uns salgadinhos e uns chocolatinhos e fazer o quê eu tinha que comer algo e teria que ser aquilo mesmo. Comprei um pacotinho de um salgadinho tipo ruffles mas super apimentado e depois que nem tinha água fiquei lá abanando a boca com a língua para fora. Não tinha mesas sem ninguém sentado e eu que não tinha coragem de me sentar com aqueles desconhecidos estranhos. Me senti então numa típica escola estadunidense de filmes hollyoodianos ontem os nerds e freaks ficam sozinhos por não terem com quem sentar nas mesas e se sentassem as pessoas jogariam suco neles. Comecei então a notar o quanto as pessoas eram velhas, como tinha gente de meia idade, e eu pensando que só os jovens que vinham fazer esses trabalhos escrotos. É, pelo visto a coisa não anda muito bem lá na Eslováquia. E na república checa.

Quando o break acabou e voltei para minha máquina querida notei o quanto as pessoas me olhavam esquisito. Todos pareciam me olhar com um ar de interesse. Considerando que a Carla é branca e loira como eles, acho que eu era a única aberração estranha no recinto. Quase uma atração. Ignorei e voltei a abastecer a máquina para os DVDs do Lee Evans. Foi em algum momento logo depois deste que o tempo parou. Minhas costas e minhas pernas doíam e eu estalava elas mas a máquina resolveu enguiçar de novo e eu ficava em pé fazendo nada. A maior emoção da noite foi quando as caixinhas amarelas acabaram e o Pavel pediu para alguém trazer mais caixinhas brancas. Depois disso era só eu e abrir caixas e rasgar a pelezinha do começo das minhas unhas tirando as caixinhas da caixa e colocá-las na máquina e depois colocar mais e depois abrir outra caixa e puxar as caixinhas de DVDs e colocar na máquina e doer as costas e abrir mais caixas sujando as mãos de poeira e colocar mais DVDs na máquina e ficar em pé esperando a máquina ser consertada e voltar a colocar DVDs na máquina e doer as pernas e olhar no relógio em estado de choque meu deus o tempo parou.

Fui para o segundo break em agonia já. Sentei no chão e comecei a fazer carinho nas minhas pernas. Ainda faltava 5 horas de trabalho. Nossa, ainda bem que era só duas vezes na semana, mais que isso eu realmente não agüentaria. Olhei para a aquela gente e tentei imaginar como eles conseguiam fazer aquilo 6, 7 vezes por semana.

A mesa ao lado de onde eu estava começou a empacotar uma coleção sobre Sherlock Holmes. A mesa da Carla continuava colocando as capinhas e DVDs no mesmo filme. E eu lá em pé esperando a máquina ser consertada para enfiar mais DVDs. Neste ponto eu já odiava Lee Evans. O mais bizarro de lá, ou talvez seja só preconceito meu, era que o chefe-mór era um negão africano, que era super grosso e gritava com todo mundo, neste caso todo mundo sendo um monte de loiros branquelos. Não é uma coisa que se vê todo dia, parecia um mundo invertido. Como eu estava sob o comando do Pavel, ele nem chegou perto de mim para gritar, ainda bem.

E só piorou. O relógio começou a andar ao contrário. Eu não tinha ninguém para me entreter. Eu estava em pé morrendo de tédio. Eu não tinha comido, eu não tinha dormido, mas o tédio era pior que tudo. No fim do terceiro break eu já tinha dito para mim mesmo, não sei se vai dar para vir duas vezes por semana não, talvez hoje seja só o primeira dia e o impacto esteja sendo maior, mas dependo de como amanhã for, não sei se vou agüentar não.

Não demorou eu já queria começar a gritar e me descabelar e sair correndo mas eu tinha que abastecer a máquina, que vejam só, mudou de DVD, agora para um DVD single do Lee Evans. Eu odiava o Lee Evans por fazer com que eu passasse por aquilo.

No fim do último break, ainda sentado no chão e sem conseguir descansar nada, eu decidi que não iria não no outro dia, aquilo era exploração demais, eu ganhava o mínimo diurno, não ganhava nem adicional noturno nem nada por hora extra. Tudo bem que eu vim disposto a fazer trabalho de terceiro mundo, mas aquilo era demais para mim. Demais.

Fui em estado de letargia trabalhar a última hora, só pensando meu deus onde estou como vim parar aqui que coisa absurda quero ir embora e nunca mais voltar. Mas eu sabia que estava sob efeito de fome e sono e cansaço então deixaria para decidir se voltaria ou não quando acordasse. E depois de os últimos minutos se transformarem em horas umas pessoas começaram a sair por conta própria e o negão começou a gritar o que vocês pensam que estão fazendo mas depois jogou a toalha e disse podem ir todos. Eu olhei pro Pavel perguntei se podia cumprimentei disse prazer em conhecer e saí correndo, literalmente. Peguei minhas coisas lá na break room e puxei a Carla pela mão, eu precisava chegar em casa.

Lá fora amanhecia e ainda encontramos latzo na fila de assinar a entrada e a saída e foi por aí que me abateu o desespero: eu não sabia voltar. Eu não sabia onde ou qual ônibus pegar. Meu deus eu estava do outro lado da cidade e estava exausto sem dormir sem comer mal conseguindo pensar. E continuava a chover. Me sentei no ponto de ônibus qualquer, drogado de sono, e decidi que pegaria qualquer coisa que levasse pra qualquer estação de metrô. Depois de uma eternidade frio e molhada passa um ônibus que eu vi no mapa iria até uma estação de metrô na zona 2, exatamente aquela em que eu tinha decido antes e me disseram que não tinha ônibus de lá para wembley. Eu estava drogado de sono e mal me sentei dormi – e devo ter roncado – até que bem depois – uma hora – Carla me acorda dizendo que acha que era ali que tínhamos que descer. Todo mundo parece achar que tirar um cochilo pequeno revigora – especialmente aquela sesta depois do almoço – mas para mim é sempre o contrário. Eu não sei dormir de pedaços e se eu tiro um cochilo acabo com meu dia, me torno um zumbi. E foi assim zumbi que entrei na estação de metrô. E foi assim zumbi que disse para Carla nunca mais, nunca mais piso naquele lugar. E foi assim zumbi que cheguei finalmente no walthamstow – duas horas depois. E foi assim zumbi que fui no asda as 10 horas da manhã, comprei pão e água. E foi assim zumbi que entrei em casa, 19 horas depois de ter partido para aquela fábrica desgraçada. E foi assim zumbi que entrei no meu quarto, onde o Jano já dormia seu sono – que eu agora entendia mais que nunca e pior me sentia por ter não-deixado ele dormir aquele dia. E foi assim zumbi que caí na minha cama, e ainda dormi mal.

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